Comitê de supervisão do Facebook quer explicações sobre sistema que isentaria personalidades de regras

 

O comitê de supervisão do Facebook, grupo independente que funciona como alta corte da plataforma, disse na última terça-feira (21) que pediu à rede social explicações sobre um sistema usado para analisar decisões de conteúdos relacionados a um grupo seleto de usuários.

A solicitação acontece após o jornal americano “Wall Street Journal” publicar, na semana passada, uma reportagem com documentos internos que mostram que a empresa supostamente isentava celebridades, políticos e determinados perfis de.

O programa, conhecido como “verificação cruzada”, ou “XCheck”, adiciona uma nova camada de revisão antes da remoção de conteúdos para esses perfis, segundo o jornal. Pelo menos 5,8 milhões de pessoas fariam parte desse grupo em 2020.

A reportagem cita exemplos de publicações feitas por personalidades como Neymar, que compartilhou imagens de uma mulher nua que o acusou de estupro. Segundo o jornal, esse tipo de conteúdo seria deletado imediatamente, mas o Facebook removeu somente um dia depois, após mais de 56 milhões de pessoas visualizarem o post.

O porta-voz do Facebook, Andy Stone, defendeu o programa em uma série de tuítes e apontou o que chamou de “problemas” na reportagem.

“Não existem dois sistemas de justiça; é uma tentativa de proteção contra erros”, escreveu Stone no Twitter, em resposta ao jornal.

O comitê de supervisão disse que a “transparência é essencial para as plataformas de mídias sociais” e que irá publicar em outubro um relatório que indicará se o Facebook seguiu suas recomendações e que trará atualizações sobre o sistema de “verificação cruzada”.

Instagram e saúde mental

 

O “Wall Street Journal” publicou outras reportagens com documentos internos do Facebook, incluindo uma sobre a Instagram – rede social que faz parte do império de Mark Zuckerberg desde 2012.

Nela, o jornal afirma que a companhia sabia que o Instagram afetava a forma como adolescentes viam seus corpos, levando a obsessões por um padrão ideal.

A reportagem indica que pesquisadores levantaram essas preocupações internamente, mas o aplicativo minimizava a questão para o público.

Em resposta, o Instagram disse que vai motivar seus usuários a não visualizar apenas conteúdo que promova o arquétipo do corpo feminino magro e atlético.

“Estamos trabalhando cada vez mais nas comparações e na imagem negativa do corpo”, disse a plataforma, que assinalou que estuda formas de reagir quando percebe “que as pessoas se concentram nesse tipo de imagem”.

“O artigo se concentra nas descobertas de estudos limitados e os apresenta em uma posição ruim”, respondeu Karina Newton, diretora de relações públicas do Instagram. “Mas essas pesquisas mostram nosso compromisso com a compreensão dessas questões complexas.”

No último sábado (18), Nick Clegg, vice-presidente de relações globais do Facebook, publicou uma série de tuítes apontando o que chamou de “caracterizações errôneas” das reportagens do “Wall Street Journal”.

Segundo ele, as alegações de que o Facebook ignoraria de forma deliberada e sistemática pesquisas inconvenientes são “falsas”.

Fonte: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2021/09/22/comite-de-supervisao-do-facebook-quer-explicacoes-sobre-sistema-que-isentaria-personalidades-de-regras.ghtml

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